A diretora Mara Mourão foi convidada pela Grifa filmes para dirigir uma série de TV para a HBO.
MISSÕES DE VIDA é uma série de 10 episódios de 1 hora cada que retrata pessoas que tem missões muito fortes, que se dedicam de corpo e alma, durante uma vida inteira, para resolver um problema social.
Elas não são necessariamente Empreendedoras Sociais, e nem sempre são ligadas a organizações sociais (ONGs) mas todas elas tem em comum a garra e a persistência que são necessárias para cumprir uma missão de vida.
Episódio 1 – Ana Claudia Arantes (SP-SP) e Maria dos Prazeres (JABOATAO GUARARAPES-PE)
TEMA: VIDA E MORTE
Ana Claudia é uma médica especializada em cuidados paliativos, ou seja, ela acompanha pacientes e familiares nos últimos momentos de vida para, justamente, amenizar o sofrimento e ajudá-los a enfrentar a morte de outra maneira. O trabalho de Ana começa quando a medicina tradicional não vê mais saída e leva as pessoas a enxergar a morte de maneira mais humana, sem considerá-la como um entrave a uma vida feliz. Pioneira nessa área da medicina, já ajudou centenas de pessoas e seus familiares a compreender o mundo e a morte de maneira mais digna.
A morte fez com que Maria dos Prazeres lutasse pela vida. No sertão miserável do Nordeste brasileiro, onde não existe atendimento médico, somente as parteiras podem salvar mães e bebês na hora do nascimento. Maria se especializou em enfermagem e decidiu encarar o trabalho de parteira como missão. Suas colegas não sabiam bem o que fazer e mortes trágicas aconteciam a todo momento. Maria foi preparando o ambiente e treinando as colegas para que nunca mais vidas se perdessem. Ao longo dos 60 anos de profissão, ela mostrou ao Nordeste brasileiro e ao mundo o valor da vida, realizando mais de 5.000 partos com sucesso.
Duas personagens ligadas pela estreita relação de vida e morte, e que têm como missão mostrar ao mundo que a vida é o maior bem do ser humano e que a morte é, naturalmente, parte dela.
Episódio 2 – Braz Nogueira (SP-SP) e Eda Maria (SP-SP)
TEMA: EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA
Braz Nogueira é um educador que não queria apenas ensinar. Há mais de 20 anos leciona nas escolas estaduais de São Paulo. Todos conhecem a qualidade do ensino estadual e como professores são ameaçados pelos bandidos que coordenam o crime nos bairros. Braz aceitou uma missão ainda mais perigosa, ser diretor de um dos colégios mais violentos do estado. Logo na primeira semana, após conhecer os péssimos níveis educacionais do colégio, viu de perto o assassinato de uma aluna de 14 anos. Desse dia em diante, aceitou sua missão de transformar toda a comunidade. Integrando líderes, familiares e os professores, conseguiu implantar programas que humanizaram a escola e a vivência na instituição. Alunos passaram a encontrar nas salas de aula um porto seguro e o único caminho para reescrever suas histórias de vida que estavam fadadas à violência. Hoje, a Escola Presidente Campos Salles, no Heliópolis, é referência.
Eda dirige a escola mais inclusiva da cidade no Capão Redondo.
Duas missões de vida que utilizam educação e aproximação humana para reconstruir valores, permitindo que a sociedade reencontre caminhos mais humanos.
Episódio 3 – Ernst Gotsch (ILHÉUS-BA) e Suzana Pádua (SP-SP)
TEMA: LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA DA NATUREZA
Em 1984, o suíço Ernst Gotsch mudou-se para o Brasil. Sua experiência com genética animal e vegetal, além de botânica, ajudaram-no a construir uma metodologia que pode mudar a humanidade completamente. Cada vez mais precisamos produzir alimentos, mas até então, a agricultura e a pecuária destruíam as florestas e matas nativas para expandir a produção. Ernst batalhou muito para implantar seus ideais de permitir que floresta e agricultura dividissem o mesmo espaço. Com o passar dos anos, o sistema agroflorestal que criou provou ser extremamente funcional e perfeito para combater desmatamentos, além de produzir os alimentos como a humanidade precisa. Inovador, visionário e corajoso, Ernst dedicou toda a sua vida a provar que o ser humano e a natureza conseguem viver em equilíbrio.
Suzana é fundadora do IPÊ – Instituto de Pesquisas Tecnológicas.
Esses dois exemplos de luta pelo meio ambiente se cruzam na paixão e vontade de transformar o mundo, realizando ações que efetivamente tornam a vida sustentável.
Episódio 4 – Ivanise Esperidião (SP-SP) e Rodrigo Mendes (SP-SP)
TEMA: TRAGÉDIA QUE TRANSFORMOU A VIDA
Ivanise vivenciou a maior tragédia que pode acontecer com uma mãe: sua filha desapareceu ao visitar uma amiga. Para lidar com a dor e o desespero, Ivanise buscou encontrar pessoas que viviam o mesmo drama e uniu forças, criando uma rede nacional para localizar pessoas desaparecidas. Criou a Associação Mães da Sé, que dá suporte às famílias com entes perdidos, ajudando-as a reencontrá-los. Mais de 4 mil pessoas já foram reencontradas graças à associação.
A tragédia também cruzou a vida de Rodrigo Mendes. Ainda jovem, sonhava em ser médico para salvar pessoas. Quando voltava do cursinho pré-vestibular, foi vítima de um assalto que o deixou tetraplégico. Rodrigo entrou em depressão profunda mas com ajuda da pintura, reencontrou a alegria de viver. Quando percebeu que a terapia de pintar quadros transformou sua vida, resgatou o ideal de salvar pessoas e fundou seu instituto, que no início ensinava arte para portadores de deficiência. Seu trabalho cresceu e o instituto passou a defender a educação inclusiva, para que qualquer pessoa, deficiente ou não, pudesse estudar e realizar seus sonhos. Hoje, o instituto de Rodrigo é referência internacional, reconhecido pela ONU, atuando em muitos países e transformando a vida de milhares de pessoas.
Exemplos vivos de pessoas que diante de uma tragédia encontraram um novo começo.
Episódio 5 – Eva Alves (SP-SP) e Luke Downdey (RJ-RJ)
TEMA: ESPORTE COMO AGENTE TRANSFORMADOR
Eva nasceu em Catanduva, interior de São Paulo. Foi trazida para a capital paulista para ser doméstica. Não teve sucesso. Abandonada, recorreu à prostituição para sobreviver e enfrentou todos os horrores de ser uma adolescente morando nas perigosas ruas paulistanas. Depois de muitos anos de sofrimento, conseguiu se restabelecer. Mudou-se para o bairro do Glicério com o marido e os filhos. Sem áreas de lazer nas redondezas, Eva ficou preocupada com as crianças da vizinhança, pois poderiam vivenciar experiências capazes de destruir suas vidas, como quase aconteceu com ela. Então, decidiu organizar partidas de futebol. Os jogos ganharam fama e hoje, Eva administra um clube para categorias de base, a Comunidade Esportiva Glicério. Eva ainda trabalha como ajudante-geral, mas nunca deixou de seguir sua missão que é mudar a realidade do país.
Ex-atleta olímpico, Luke representou a Grã Bretanha em diversas competições de boxe. Não conseguiu sucesso esportivo, mas aprendeu muito com as vitórias e derrotas. Formou-se antropólogo e, para concluir o curso, realizou uma pesquisa sobre a chamada “limpeza social” promovida pelo Estado brasileiro. O resultado do estudo mudou sua vida por completo, tanto que deixou a Europa para trabalhar no Rio de Janeiro. Começou como voluntário em uma ONG, mas anos depois, fundou a sua própria instituição, que utiliza a educação do esporte para formar campeões na vida. A metodologia de Luke utiliza as artes marciais e o equilíbrio mental típico dos atletas, aliados à formação escolar tradicional. O resultado são milhares de jovens e adolescentes capazes de enfrentar a dura realidade do Complexo da Maré, longe do crime.
Esse episódio vai contar a história de dois personagens que utilizam o esporte como instrumento de transformação.
Episódio 06 – Alessandra França (SOROCABA-SP) e Ronaldo Monteiro (RJ-RJ)
TEMA: EMPREENDER PARA O BEM
Alessandra França nasceu um uma comunidade da periferia de São Paulo, filha de um caminhoneiro e uma dona de casa. Formou-se em economia e usou seu conhecimento para empoderar quem seria excluído do mercado de trabalho por falta de oportunidade. Ela criou o Banco Pérola, uma das primeiras instituições de microcrédito do Brasil. Seu trabalho é acreditar em sonhos e investir em jovens empreendedores da periferia, que muitas vezes precisam de apenas 500 ou 600 reais para começar um negócio próprio.
Ronaldo também tem sua história baseada na crença e no empoderamento de quem viveria marginalizado. Quando jovem, conviveu com algumas pessoas más e tornou-se sequestrador. Foi condenado a 24 anos de prisão. Arrependido, percebeu que poderia não voltar a ter uma vida normal. Quem daria emprego a um ex-sequestrador? Decidiu dar a volta por cima tornando-se empreendedor e seu trabalho é formar novos empreendedores nos presídios, para que os ex-detentos construam suas vidas dignamente, longe do crime.
O episódio vai unir a força de duas personalidades que atuam para transformar a sociedade empoderando pessoas que seriam excluídas. Enfrentam todos os desafios para que famílias construam dignamente suas vidas.
Episódio 7 – Mário Mantovani (SP-SP) e Cristina Harumi (JUNDIAÍ-SP)
TEMA: PROTEÇÃO DA VIDA E DO MEIO AMBIENTE
Mario Mantovani é um dos mais audaciosos ambientalistas do país. Com quase 40 anos de carreira, foi responsável por vitórias importantes. Nasceu no interior de São Paulo e começou a proteger o meio ambiente desde pequeno. Sua trajetória é marcada por importantes conquistas, muitas delas assumindo riscos extremos. Impediu a construção de uma usina nuclear no litoral paulista. Coordenou campanhas de fortalecimento de comunidades locais para formarem barreiras contra o desmatamento. Conseguiu êxito na criação de áreas de proteção ambiental. Hoje, a identidade de Mário se confunde com a do guerreiro do meio ambiente.
Cristina Harumi é uma das ativistas da fauna brasileira mais respeitada. Coordena os projetos de proteção e reinserção de animais da Associação Mata Ciliar. A Associação foi fundada em 1987 para preservar a mata ciliar do estado de São Paulo. Ao longo dos anos, perceberam que, para proteger a Mata Atlântica, era preciso também prensar na proteção dos animais que habitavam nela. A cadeia natural não podia ser quebrada. A atuação de Cristina impressiona. Ela mora no abrigo, pois nunca se sabe quando algum animal silvestre precisará de ajuda ou será resgatado. Desenvolveu metodologia e conhecimento que ajudam a formar profissionais veterinários e cidadãos conscientes do papel do ser humano na cadeia da Mata Atlântica. Tornou-se credenciada pelo IBAMA e uma das autoridades em felinos silvestres. Tudo construído sem ajuda nenhuma, abrindo espaço ano após ano, depois de apresentar resultados indiscutíveis na conservação das espécies.
Esse episódio vai mostrar lutas incessantes de personagens que não medem esforços para salvar animais e o meio ambiente. Uma só vida, pessoal e profissional, fazendo do próprio lar o abrigo para suas causas.
Episódio 8 – Irene Adams (BELO HORIZONTE-MG) e Tilde (SP- SP)
TEMA: RESGATE DA DIGNIDADE
Dra. Irene é uma imunologista radicada no Brasil. Da Holanda para cá, trouxe a vontade de salvar vidas. Quando, em meados dos anos 80, ela viu o crescente avanço da AIDS entre crianças de rua em Belo Horizonte, percebeu que precisava fazer algo mais. Criou uma organização que oferece cuidados médicos e outros tipos de apoio para as crianças e jovens de rua. Ela não apenas salva vidas, mas transforma o futuro dessas crianças. A medicina precisa ser levada a todos os cantos do mundo, junto com o amor e a compaixão. Essa é a máxima da doutora.
tilde é uma assistente social que trabalha com mulheres vítimas de violência e abuso sexual.
Esse episódio mostrará a história de dois personagens que assumiram como missão lutar por crianças desfavorecidas, pela transformação da realidade, acreditando no valor do ser humano.
Episódio 9 – Gianfranco Mellilo (SÃO PAULO-SP) e Marcia Dias (SP-SP)
TEMA: ACOLHENDO PESSOAS E RESGATANDO A SOCIEDADE
Márcia é uma professora a moda antiga. Em 1993, resolveu dar um pouco de esperança para crianças em situação de rua do centro de São Paulo. Seu trabalho pontual trouxe muitos benefícios e, a partir de então, ela decidiu realizar o trabalho de maneira definitiva. Nascia a Associação Santa Fé, que transforma a vida de jovens e crianças, acolhendo quem precisa de um lar e uma família para se reestruturar. Os casos mais complicados que chegam aos braços de Marcia são das adolescentes grávidas. Vítimas de abusos, estupros e abandonadas pela família, as jovens mães carregam no ventre o futuro. Sem amparo, ficam desestruturadas e comprometem a nova geração. Marcia dedica a vida a descobrir como acolher essas jovens mães, prepará-las para a vida e resgatar a esperança de construir uma família melhor. Um trabalho árduo que é amplamente eficiente e reconhecido pela UNESCO.
Gianfranco nasceu em Turim, na Itália. Formou-se em farmacologia, mas entendeu que precisava fazer mais pelas pessoas. Entrou para um grupo chamado Arsenal da Paz, que unia esforços para enviar suprimentos às ações humanitárias ao redor do mundo. Em meados dos anos de 1970, o número de imigrantes e refugiados cresceu na Itália. O Arsenal da Paz passou a acolher e ajudar os estrangeiros. Gianfranco encontrou sua vocação nesse trabalho e decidiu abrir mão de tudo, vida pessoal, família e sonhos exclusivamente para dar vida a quem precisava. Em 1995, seu grupo desembarcou no Brasil com o nome de Arsenal da Esperança, com o mesmo propósito, ajudar pessoas. Gianfranco e mais 3 colegas italianos coordenam um dos maiores centros de apoio do Brasil, acolhendo mais de 1100 pessoas todos os dias. A grande maioria está em situação de rua, longe da família, sem esperança e confiança nas pessoas. Os acolhidos, como ele chama, não sabem como é viver em sociedade e precisam muito que alguém acredite neles para resgatá-los. Gianfranco vive integralmente para milhares de pessoas.
Dois personagens que quebraram todos os paradigmas, acreditando nas pessoas que são excluídas da nossa sociedade, e dedicam suas vidas a resgatar os valores esquecidos de nossa sociedade.
Episódio 10 – Roberto da Silva (SP-SP) e Claudia Vidgal (SP-SP)
TEMA: REVERTENDO CONDENAÇÕES SOCIAIS
Roberto da Silva cresceu sozinho e aprendeu a construir seu destino sem apoio algum. Foi arrancado de sua família e obrigado a crescer na FEBEM a espera da adoção. Como não foi adotado, foi devolvido à sociedade aos 18 anos, mesmo sem família. Não sabia onde estava sua mãe nem seu irmão. E sem orientação, entrou para o crime, pois precisava sobreviver. Foi preso e passou 10 anos no Carandiru. Felizmente e a duras penas, se transformou dentro da cadeia. Encontrou sua essência e iniciou uma jornada para mudar a situação dos jovens com vida semelhante à dele. Tornou-se professor e é uma das maiores autoridades em educação social do Brasil. Seu trabalho busca transformar a maneira como o sistema prisional e a própria sociedade tratam os excluídos. Criminalizá-los é mais fácil do que resgatá-los. Quanto mais os privam de educação social, mais vulneráveis ficam e suscetíveis a entrar para o crime.
Claudia também utiliza abordagens mais humanas para resgatar pessoas. Psicóloga de formação, ela percebeu que as metodologias utilizadas para ajudar crianças abandonadas ou pertencentes a lares desestruturados, eram mais agressivas do que a própria falta de amor vivida pelos pequenos. Criou uma nova abordagem, que ajuda as crianças a reconstruir sua identidade e compor a história de suas vidas como desejam. Seu instituto busca integrar famílias, construir futuros cada vez melhores, mesmo que as dificuldades pareçam ser insuperáveis.
O episódio vai mostrar missões de vidas que se complementam, capazes de transformar a vida de crianças e adultos que seriam condenados a um destino injusto.